Tenho Um Barulho Nos Olhos

No ano passado esta turma brindou-nos com um exercício/espetáculo que punha em evidência e discutia o papel da mulher na sociedade e a clivagem de direitos entre sexos. O resultado foi um trabalho robusto, maduro e honesto. Este ano o caminho, apesar de ser feito noutro sentido, é igualmente honroso e necessário. É a vida num espaço em que não nos deixam estar e de onde nos recusamos a sair. O conceito de casa. A casa material que nos abriga e aquece e a casa imaterial, que aquela/aquele que está ao nosso lado nos pode ser. Como viver, então, num chão que nos foge debaixo dos pés? O que fazer quando nos invadem?

Em explosões de movimento inconformado, esta turma vem reivindicar um lugar, um lar, uma casa, edifício de memórias que todos temos e do qual nunca não nos deveriam privar. Como na turma das mais pequeninas, estas histórias – cartas de amor e de guerra – que são cosidas, mostram-nos pessoas, que bem podiam ser tu ou eu, mas que aqui não são de verdade, são uma ficção. Não sendo esta a nossa realidade, procuramos nas verdades ficcionadas uma plataforma para transformar, aproximar, gerar tolerância e amizade para que este sítio, onde vivemos, possa ter mais sombra, ser mais fresco, ter mais paz.

Autoria, direção, sonoplastia e operação: Alexandre Oliveira

Iluminação e montagem: Alexandre Oliveira e Diogo Marques

Dispositivo cénico e figurinos: Turma e Teatro Loucomotiva

Fotografia e Cartaz: Tiago Cerveira

Produção: Teatro Loucomotiva